"As tarifas programadas para entrar em vigor na segunda-feira contra o México ficam suspensas indefinidamente. Em troca, o México aceitou tomar medidas firmes para deter a maré migratória em direção à nossa fronteira sul", escreveu Trump no Twitter.
sábado
Trump suspende tarifas após acordo com México para conter migração
Países acertam pacto para reduzir o fluxo de migrantes centro-americanos na fronteira. México aceita acolher solicitantes de refúgio que aguardam processo nos EUA, e Washington desiste de taxar produtos mexicanos.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta sexta-feira (07/06) que decidiu suspender a imposição de tarifas sobre as importações do México, após ter chegado a um acordo com o governo do país vizinho para reduzir o fluxo migratório na fronteira.
"As tarifas programadas para entrar em vigor na segunda-feira contra o México ficam suspensas indefinidamente. Em troca, o México aceitou tomar medidas firmes para deter a maré migratória em direção à nossa fronteira sul", escreveu Trump no Twitter.
"As tarifas programadas para entrar em vigor na segunda-feira contra o México ficam suspensas indefinidamente. Em troca, o México aceitou tomar medidas firmes para deter a maré migratória em direção à nossa fronteira sul", escreveu Trump no Twitter.
O líder americano havia anunciado na semana passada a aplicação de uma tarifa de 5% sobre a importação de todos os produtos procedentes do México. As taxas entrariam em vigor na próxima segunda-feira (10/06) - sendo reajustadas até chegarem a 25% em outubro - se o país vizinho não tomasse medidas para conter o fluxo migratório vindo da América Central.
Diante da ameaça, o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e outras autoridades do país viajaram a Washington, onde conseguiram costurar um acordo após três dias de intensas negociações no Departamento de Estado americano.
Sob o pacto, o México concordou em acolher migrantes que cruzarem a fronteira entre os dois países de forma irregular - a maioria centro-americanos de nações como Guatemala, Honduras e El Salvador - enquanto os Estados Unidos processam seus pedidos de refúgio.
"Aqueles que cruzarem a fronteira sul dos Estados Unidos para pedir asilo serão rapidamente devolvidos ao México, onde poderão esperar a resolução de seus pedidos", afirmaram os governos mexicano e americano em comunicado.
"O México autorizará a entrada de todas essas pessoas por razões humanitárias, em cumprimento de suas obrigações internacionais, enquanto aguardam a resolução de seus pedidos de refúgio. O México também lhes oferecerá emprego, saúde e educação de acordo com seus princípios."
Por outro lado, o governo mexicano conseguiu evitar uma proposta que vinha rejeitando continuamente: a de processar solicitações de refúgio em seu próprio território antes que os migrantes tentem chegar aos Estados Unidos.
O país se comprometeu, contudo, a "tomar medidas sem precedentes para impedir a imigração irregular" e "para desmantelar as organizações de tráfico de pessoas e suas redes ilícitas de financiamento e transporte".
Os governos dos dois países também concordaram em adotar "medidas adicionais" caso as estipuladas agora "não apresentem os resultados esperados" nos próximos 90 dias.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que havia anunciado uma viagem à cidade de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos, para "defender a dignidade do México" antes das tarifas americanas, disse que sua visita será agora para "celebrar".
"Graças ao apoio de todos os mexicanos fomos capazes de evitar tarifas sobre os produtos mexicanos exportados para os Estados Unidos", escreveu no Twitter o presidente esquerdista, que desde sua eleição no ano passado vem tentando cautelosamente não contrariar Trump.
Na quinta-feira, o México já havia anunciado a mobilização de 6 mil membros da Guarda Nacional para a fronteira com a Guatemala a fim de conter o fluxo de migrantes centro-americanos.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, agradeceu ao México e ao ministro das Relações Exteriores do país pelo "trabalho duro" durante os três dias de negociações do acordo.
"Os Estados Unidos esperam trabalhar em conjunto com o México para cumprir esses compromissos, para que possamos conter a onda de migração ilegal na nossa fronteira sul e para tornar a nossa fronteira forte e segura", disse o americano.
Segundo o governo mexicano, 300 mil migrantes já chegaram ao país a partir da Guatemala desde o início do ano, e 51 mil deles foram detidos - o que representa um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2018.
Já na fronteira entre o México e os Estados Unidos, as autoridades americanas detiveram mais de 132 mil migrantes somente em maio, um crescimento de 30% em relação a abril e o maior número registrado em um único mês desde 2006.
Trump acusa o México de tomar pouca ou nenhuma atitude para travar esses migrantes, que têm se movido em grandes grupos pelo país rumo aos Estados Unidos. Por isso ameaçou retaliar com tarifas sobre produtos importados.
O México exporta 350 bilhões de dólares em mercadorias todos os anos para os Estados Unidos. Analistas previam que as taxas de Trump poderiam colapsar a economia mexicana, que entraria em risco de recessão.
Mas a imposição de tarifas também encontrou forte oposição nos Estados Unidos, por parte de políticos do próprio Partido Republicano de Trump, em especial parlamentares de estados onde a agricultura é relevante, que temiam perder seu segundo maior mercado internacional.
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